sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sozinha na batalha contra O electrodoméstico

Porquê, meu amigo?
Porque tinhas tu de me abandonar deste modo?
Nem percebo o que te aconteceu. De repente, olhei para ti e sabia que tinhas sido vencido por ela. Deixaste de resistir, de lutar. Porquê?
O que farei eu agora, sozinha e abandonada, na luta contra ela?
Escrevo-te estas palavras já com pouca esperança de continuar a resistir também. Sinto que em breve me vou juntar a ti e poucas forças me restam para combater...
Há alguém que já tem ordens específicas para me arrancar de casa durante um fim de semana inteiro se eu parar de lutar e começar a trocar receitas. E se a cura intensiva contra o fenómeno que te arrancou de forma tão cruel ao escárnio e cinismo que tanto adorávamos juntos não resultar... então até breve...

:)




terça-feira, 7 de setembro de 2010

Para toda a menina de 12 anos que vive dentro dos carecas


AHAHAHAH

"Badah...Olhó careca!"

Hey Mikey


Thanks' for cleaning up the mess!

Os padrinhos servem para isso mesmo, não é? E ainda bem para alguns, porque se dependesse da madrinha... Bem, digamos que a bela máfia é mais revolucionária.

Beijos

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nenuco crescido

Se para mim acaba a guerra, para ele está prestes a começar...
Sangue meu, em paz na guerra...



Ainda "ontem" fazia para estes bonecos uns paraquedas muito originais com fraldas ou com as cuecas da tia penduradas no estendal (porque eram as maiores). Era uma alegria vê-lo a mandar os bonecos do terraço cá para baixo, a planar agarrados com cordel às cuecas da senhora. E ria, ria agitando os caracolitos.
E agora ai vai ele, todo crescido, de cabelo rapado, agarrar um paraquedas a sério, fazer guerra a sério, com a conquista no horizonte, cheio de um alegre orgulho.

PORQUÊ????

É Milagre!



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

For the "Irish" mates


I've been a wild rover for many's the year
I've spent all me money on whiskey and beer
But now I'm returning with gold in great store
And I never will play the wild rover no more

And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more

I went in to an alehouse I used to frequent
And I told the landlady me money was spent
I asked her for credit, she answered me nay
Such a customer as you I can have any day

And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more

I took up from my pocket, ten sovereigns bright
And the landlady's eyes opened wide with delight
She says "I have whiskeys and wines of the best
And the words that you told me were only in jest"

And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more

I'll go home to my parents, confess what I've done
And I'll ask them to pardon their prodigal son
And, when they've caressed me as oft times before
I never will play the wild rover no more

And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more



 
No, nay, never will I forget.
Thank you G. And the other couchsurfers as well, S and N.
Thank you Tony Fresh!
Thank you Iron Maiden.

 Sláinte (slantche), Gaelic form of Cheers

E lá vamos nós, pois claro

Sonisphere, Lisboa, 2011


Confirmar.

Mal estar na civilização ocidental

Gostava de os ver agora, aqui no meio de nós. Os teóricos das sociedades complexas e com modos alternativos de organização da sociedade. Aqui?
Será que nos preparam para viver na selva? Onde não há verde, não há peixe por galinha, onde a civilização dominou a natureza. Mas que grandes aventureiros, sim senhor. Os homens das viagens que achavam que alguém que usa pedras como moeda de troca é selvagem.
Seriam assim tão iluminados que fugiram da vossa para viverem com selvagens sem televisão. Fizeram bem. Mas eles estavam bem sem nós. Antes de nós sentirmos que estávamos bem sem eles.
A nós, deviam-nos ter dito que um dia iríamos viver numa sociedade em que as pessoas são formatadas e estúpidas ao ponto de se deixarem manipular por idiotas que têm, requintados, a distinta lata de gozarem com a carneirada. Pessoas a quem nem o humor desperta a vontade de se questionarem.
Se ao menos houvesse uma centelha de reconhecimento quando alguns gritam “estão a gozar convosco!”. Ou pintam. Ou cantam. Ou filmam. Ou miam.
São ocos. Fúteis. Muito perigosos na sua ignorância devota. Acreditam na árvore das patacas, mas chocam-se se alguém furar corpo doze vezes porque acredita na superação da dor ou por outra razão qualquer. Acompanham as novelas das oito, das nove e das onze. As das oito então são verdadeiros reality shows, em que podemos observar animais iguais a nós, o que nos choca. Mas no dia seguinte é dia de revista cor de rosa com pulseirinha do craque que anda com a loira de silicone ou com a morena que não deve ter família que se preocupe em mantê-la numa instituição clínica. E portanto, o choque passa depressa, desde que estejamos entretidos com ficções e realidades que nos distraiam da realidade em que vivemos. E cada um escolhe a sua. Há quem acredite no Arco-Íris e em Fadas. Há quem reze a mortos. Há os que acreditam no Apocalipse e os que prometem Salvação em troca de moedas. Há os que não falem mas exprimem-se com a Arte. Há os que não permitem o preservativo porque não gostam de usar a borrachinha com crianças. Há crianças a passar fome num país, porque os pais dessas crianças mataram pais de crianças a passar fome noutro mundo. Há os que têm fome há mais tempo e agora é tudo deles porque lhes abrem as portas. Há os que querem fugir e saem de uma miséria para outra. Espalhou-se como uma doença e as doenças espalharam-se porque os que nos curam inventam venenos para nos destruírem. A autoridade perde autoridade e o pânico instala-se porque os que não tinham nada querem tudo e os que têm tudo não querem perder nada. Os que tinham o suficiente deixam de ter e os que tinham muito aliam-se e têm tudo, mas vão perder para quem nunca teve nada e não tem nada a perder. E um destes dias, nostálgicos de Abril ou Outubro, os capitães de exército nenhum abrem fogo.
Escrevo para o filho que hoje não posso ter porque na neblina está o Sebastião, que come tudo. É com tristeza que penso que a neblina esconde o pântano, onde o Mar Salgado nos vai engolir. E atrás do Sebastião vamos, a caminho do afogamento. A morte por asfixia é rápida e silenciosa. Calados, deixamos que nos prendam.
Se tudo correr bem, da água nascerás.
Se não correr e um dia souberes que te escrevi com medo de veres o mundo, espero que o Mundo tenha mudado e que tenhamos construído um mundo justo para ti, para que na tua civilização sintas mais Bem que Mal. Escolhe Bem.

Cuspido no início do ano, data incógnita.
 

Lua Cheia

É quando as bruxas limpam as vassouras e, de cabelos ao vento, voam livres.
É quando os lobos saem das tocas e cantam à noite, numa ode uivada.
É quando se tecem feitiços, se contam segredos e as partilhas se revelam.
É quando se colhem ervas e plantas.
É nas noites em que os instrumentos mágicos e alquímicos se põem ao luar para potenciar atributos.
É quando se descobrem amores que julgávamos quietos e adormecidos.
Foi quando descobri que te amava.
E nunca te vou esquecer, por mais que fuja das luas que passam.



2/7/2008

 

Desenterranços