quinta-feira, 20 de setembro de 2007

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Para a Inês



Como pediste!

Numa taça misturas 6 gemas com 2 colheres (sopa) de farinha e uma chávena de açucar. Pões ao lume um pacote de natas com 2 tabletes de chocolate da culinária. Misturas o chocolate derretido com as gemas. Bates em castelo as 6 claras e juntas ao preparado. E depois é só por no forno, mas não perguntes quanto tempo...
Eu gosto que ele não fique completamente cozido, para ficar com aquela textura de sábado, em espuma. E é óptimo se puseres chatilly polvilhado com chocolate por cima de uma grande fatia!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

As palavras dos outros em Nós

Chamamento. Vocação.
Centro. Entrega. Compreensão.
Respeito. Liberdade. Asas.
Meu amigo, não há vício que te ultrapasse. Não há dor que não superes de peito e mãos abertos. Não há medo que te vença. Não há desejo que te corrompa. Não há fúteis sentidos em ti. Não há terra que te prenda. Não há vento que não te tenha como seu. És ar em ti, nos outros, onde for.
A materialidade quebra-se. Separas o sal da água em lágrimas de conforto e de liberdade. Sopras e a lágrima deixa de ter um sentido. És ser. És estar. És amar. És mudar. E voar. E ar. Em ti voam os dois.
Na religião, és cálice, graal, pão. Em qualquer que seja o credo, cultiva-se o Amor, na mais profunda acepção da palavra. E o Amor é tolerância. É expiação com destino a uma elevação. É liberdade. E verdade. É centro, chakra, elemento. É caminho. Individual. Espiritual. É união.
De mãos dadas te vejo. De mãos dadas te saberei um dia...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A Balança, o Equilíbrio

Trazes contigo a Mudança, sempre a mudança. Mas sem juízos de valor. Nem os meus comigo toleras.
Disseste-me uma vez que gostavas de ser mais atenta com os teus amigos, como eu, que ligo sempre, para saber só como estás ou dizer que tenho saudades tuas.
Pois eu não vejo melhor amizade que a que tu dás. Sem cobrança, sem porquês, sem juízos de valor. Tens sempre uma palavra de conforto. E mesmo quando eu me recuso a falar, tu sabes. Tu sabes, não sabes?
Ia aquecer um qualquer tupperware e jantar na companhia do arrogante House. Mas tu sabes. E por isso, com uma desculpa inocente e um convite para jantar, tiraste-me do buraco, da minha toca escura e fria. E foi o que foi. Simples. Uma massa excelente que ainda me está a dar sede. Duas garrafas de tinto (para a próxima, quero a famosa Periquita e o Conventual!!). Três amigos. Conversas banais. Fotos banais. Nada de mais. E foi tão importante como ser pura e simplesmente três amigos a fazer planos.
Adoro a simplicidade como dizes que vai ficar tudo bem, que já foi pior e que sou lutadora. Ainda não é desta que vou abaixo. Não enquanto estiveres aí. Nunca, enquanto as simples jantaradas a meio da semana forem alento para nós.
Obrigada, Pata. Hoje e sempre. Por estares, simplesmente, desse lado. E por me fazeres sentir que o vento da Mudança será sempre positivo. Adoro-te! Tinha saudades tuas. E sim, estás mais elegante. :)
Quanto a ti, Mana, exemplo. Porque também sem cobranças me dás na cabeça e avisas. Sempre para meu bem. Até hoje, tudo o que me disseste estava certo. Nunca duvidei. Mas eu tinha de ir ver. Nunca mais vou ter essa curiosidade toda. Se o dizes, vou ter muito mais cuidado.
Também sem juízos de valor, olhas e com esse olhar sereno sereno pensas: "Não faças asneira, miúda...". E essa protecção é muito importante para mim. Ainda me faltam uns anos. Daqui a dez, quero ter esse olhar. Que mesmo em aflição é tranquilo e serena quem está à tua volta. E sempre que o alento não chegar e o dia custar a passar, pelo menos a Mana está ali mesmo ao lado. Obrigada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Cinzento e branco

Na mais absoluta solidão de mim, caminho. Enterro os pés na areia sólida e molhada. Sinto a água nos tornozelos, gelada, e caminho por entre o nevoeiro. Penso que daria uma bela fotografia. Eu, sozinha, toda vestida de branco a caminhar através da neblina. Entre o mar e o vasto areal, cheio de gente a preparar-se para ir embora. A falta de sol afasta-os. Melhor para mim.
O mar está estranhamente calmo. Ao fundo, seis pontos pretos a boiar. Surfistas. Também não é o dia deles. Hoje a praia revoltou-se e mandou toda a gente embora.
As gotículas de nevoeiro entranham-se na minha pele, frias. E sopra, vinda do mar, uma leve brisa gélida que contrasta com o calor que emana a areia. Sinto-me aconchegada e embalada pelo som da rebentação.
Enquanto o sol não chega, é o dia de praia mais perfeito de sempre.
As roupas e toalhas coloridas contrastam com a solenidade do dia. Queria que todos eles se fossem embora. Queria que se fizesse silêncio. Que o sol não viesse.
Estou em reclusão dentro de mim mesma. Voto de silêncio.
Faço parte da areia onde me deito e sinto cada grão tocar no meu corpo. O vento acaricia-me as costas e eu espero que ele me leve consigo.
Inspiro e aspiro os aromas à minha volta. O cheiro dos protectores solares. A espuma das ondas. O sal da areia. A parafina das pranchas de surf. A lona das barracas listadas, azuis e brancas. O fumo do cigarro.
E os sons. O "tok-tok" das raquetas. O folhear dos livros. Os sacos de plástico. Risos agudos e choros fingidos de crianças. As pequenas e perfeitas ondas a rebentar. Conversas de como o tempo está mau para fazer praia.
Para mim nunca esteve tão perfeito.
Vão-se embora! Façam silêncio.
Quero branco e cinza e azul e areia. E brisa e espuma. E silêncio de mar, silêncio de mim.

(escrito em 2/9/2007)

Até cair

No sábado à noite estive a falar com o meu amigo pagador de sonhos. Que recentemente viu os seus um pouco abalados. Ali estávamos os dois, em frente ao computador, cada um com o seu copo, cada um com a sua música. Os dois a exorcisar fantasmas. E ali estávamos os dois, a precisar de matar.
Meu amigo, não me peças para te ajudar. Não sou a pessoa indicada. Espero sinceramente que encontres o teu caminho. Que não te desvies dele, seja lá qual for a decisão de terceiros. Faz o que tens de fazer.
Ficou combinada uma sessão de cervejas até cair para o lado. Se algum de nós se lembrar.

Sinto o cheiro de sangue no ar. Vou matar em breve. Pelo simples prazer de abocanhar uma vítima pelo pescoço e sacudi-la até sentir os osso estalar. Meter-lhe as patas em cima e rasgar-lhe a pele. Sugar-lhe o sangue pela jugular. E depois, fria e impávida, abandonar a vítima. Que fique estendida no chão, com os sinais visíveis de um assissinato brutal. Serena e com marcas de garras e sangue, viro as costas. Matar pelo simples prazer. Vou fazer uma vítima. E está para breve. E vai ser até cair para o lado.