sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ash(es) - 3 - Histórias de Encantar


Está escrito algures. No futuro. E tu sabes.
Sempre soubeste.
Como?
Quem és tu? De onde vens? Que presente trazem as tuas mãos? Que profecia falam teus lábios? Para onde vais? Eu vou? Porque me levas?
Leva-me.
Leva-me.
Estou contigo. E eis-me de braços caídos em rendição. Armas expostas e viradas para mim. Frágil. Declarada. Exibida. Revelada.
Olá. Então és tu? Vieste, enfim. Sebastião? Quantos nomes tens? Do nevoeiro vieste… Não viemos todos? Quantos nomes temos? Bem-vindo. Estava à tua espera. Não estaremos todos?
Do marinheiro que numa tarde de sol regresse, à proa de um navio cheio de vontades. Do rei que sai do nevoeiro e traz promessa. Do príncipe que morre de amor se assim for preciso, envenenando a maldição. Do beijo matinal depois de cem anos a dormir lado a lado. De uma rosa dentro de uma redoma, personificando eternidade? De lobos maus que nos arrebatem à tradição e às traições da rotina. De um par para o baile, mesmo com sapatos de fragilidade.
Histórias de encantar ou transposições? Autobiografias ou grilos falantes?
Encantamento de viver.

(15 de Agosto de 2008)

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